De pé! Ó vítimas da fome
 De pé! Famélicos da terra
 Da idea a chama já consome
 A crosta bruta que a soterra!
 Cortai o mal bem pelo fundo,
 De pé! De pé não mais senhores!
 Se nada somos em tal mundo,
 Sejamos tudo, ó produtores!
 
 Bem unidos, façamos,
 Nesta luta final.
 Uma terra sem amos,
 A Internacional!
 
 Senhores, Patrões, chefes supremos,
 Nada esperamos de nenhum!
 Sejamos nós que conquistemos
 A terra mãe livre e comum!
 Para não ter protestos vãos,
 Para sair deste antro estreito,
 Façamos nós por nossas mãos,
 Tudo que a nós nos diz respeito!
 
 Bem unidos, façamos,
 Nesta luta final.
 Uma terra sem amos,
 A Internacional!
 
 O crime de rico, a lei o cobre,
 O Estado esmaga o oprimido,
 Não há direitos para o pobre,
 Ao rico tudo é permitido.
 À opressão não mais sujeitos!
 Somos iguais todos os seres:
 Não mais deveres sem direitos,
 Não mais direitos sem deveres!
 
 Bem unidos, façamos,
 Nesta luta final.
 Uma terra sem amos,
 A Internacional!
 
 Abomináveis na grandeza
 Os reis da mina e da fornalha
 Edificaram a riqueza
 Sobre o suor de quem trabalha,
 Todo o produto de quem sua
 A corja rica o recolheu!
 Querendo que ela restitua,
 O povo só quer o que é seu.
 
 Bem unidos, façamos,
 Nesta luta final.
 Uma terra sem amos,
 A Internacional!
 
 Nós fomos de fumo embriagados!
 Paz entre nós, guerra aos senhores!
 Façamos greve de soldados!
 Somos irmãos, trabalhadores,
 Se a raça vil, cheia de galas,
 Nos quer a força canibais,
 Logo verá que as nossas balas
 São para os nossos generais.
 
 Bem unidos, façamos,
 Nesta luta final.
 Uma terra sem amos,
 A Internacional!
 
 Pois somos do povo os ativos.
 Trabalhador forte e fecundo.
 Pertence a Terra aos produtivos
 Ó parasitas deixai o mundo!
 Ó parasitas que te nutres
 Do nosso sangue a gotejar,
 Se nos faltarem os abutres,
 Não deixa o sol te fulgurar! 
 
 Bem unidos, façamos,
 Nesta luta final.
 Uma terra sem amos,
 A Internacional!
                        
 
 
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